“De volta para o meu aconchego”
“Aquela famosa frase: “O bom filho a casa torna” é uma verdade em vários momentos, um desses, foi no último domingo, 04 de março de 2018, quando o Paiaiá Futebol Clube jogou no CDC Ferradura na Cidade Ademar, São Paulo.
Até então o excelente time da zona sul nunca tinha vencido neste campo, mas os tabus estão aí para serem quebrados, não é? O que o adversário de ótima qualidade não esperava, era que dessa vez o PFC estaria em um momento muito bom e com gana de vencer.
Mas afinal quem voltou a casa? O esforçado lateral Thiago, nasceu ali na região da Vila Santa Catarina e na sua infância frequentou o campo, que até então era de terra vermelha(terrão).
Quando pequeno não jogava no campo propriamente dito, mas assitia os jogos e brincava em uma quadra de cimento que ficava ao fundo do campo, ele olhava para os jogadores, assitia as partidas e sempre sonhava em um dia jogar ali, só para depois ser um profissional.
Os deuses da vida mudaram o rumo de sua família e o menino foi morar em outra região de São Paulo, em Taboão da Serra. Seu sonho de jogar nunca passou e provavelmente continua até hoje, foram mais de 20 anos longe do campo do Ferradura, muitos jogos por escolinhas, times de várzea e similares, mas a vontade de voltar ao lugar que o lançou a paixão de ser jogador nunca passou.
Em 2017 o Paiaiá convidou, o já homem de 28 anos, Thiago para jogar com time no ano, nesse momento Thiago não pensou duas vezes e se integrou a equipe e disputou mais de 40 jogos, perdendo apenas alguns deles e participando de todos as vitórias do clube no ano, com isso ganhou o apelido de talismã. Foi um 2017 maravilhoso, mas 2018 ainda realizaria o sonho do lateral.
Chegado o grande dia, o jogo contra o forte time do U.A.C.A. (União de Amigos da Cidade Ademar) estava marcado e a ansiedade bateu a porta. A volta ao tão sonhado campo iria se realizar.
O resultado foi impressionante, um 3 a 0 digno de clássicos mundiais, o comportamento defensivo o controle do meio e a eficiência do ataque foi de impressionar.
A participação do quase “anfitrião” foi discreta, girou em torno de um cruzamento e uma ou duas tiradas de bola, nada parecido com o sonho de sua noite anterior, um gol de cabeça aos 45 do segundo tempo virando o jogo para o seu time, ao fim do primeiro tempo ele pediu para sair seu cansaço ficou evidente e sua humildade em saber disso é de impressionar.
Dessa partida fica a alegria da vitória do Paiaiá, o belo jogo dos times e o pisar no campo, hoje já de grama sintética. Depois de 20 anos, hoje o lateral Thiago retornou a sua casa.
Valeu Paiaiá, Valeu futebol.”